segunda-feira, 11 de junho de 2012

Luiz Gonzaga nas escolas


Este ano estamos comemorando o Centenário de Luiz Gonzaga, grande músico, poeta e acima de tudo respeitado por todo povo nordestino. Gonzaga mostrou o nordeste para o Brasil e em suas composições sempre procurou retratar o nosso povo especialmente o sertanejo.
Atualmente, a população brasileira tem ampliado o conhecimento sobre a Cultura Nordestina, até mesmo no vestibular podemos encontrar temas como coronelismo, seca e cangaço. Uma das propostas mais recorrentes entre os professores consiste na elaboração de paródias educativas de músicas bem conhecidas, pois ajuda os alunos a assimilarem melhor os assuntos. Uma das paródias feitas com a música de Luiz Gonzaga é “O átomo de carbono”, paródia de “Na feira de Caruaru”.

"A Feira de Caruaru,                                                       "O Átomo de Carbono, 
Faz gosto agente vê,                                                         Tem coisas para se ver 
De tudo que há no mundo,                                                Anfótero, Tetravalente 
Nela tem pra vendê,                                                          E agora vou aprender! 
Na feira de Caruaru."                                                        Do átomo de carbono.  




Jade Siqueira

domingo, 10 de junho de 2012

O Bioma do Nordeste: A Caatinga


Falar do Nordeste é falar da Caatinga, este bioma tem mais riqueza do que imaginamos:

Caatinga

A Caatinga é o único bioma unicamente brasileiro, abrangendo uma área de cerca de 10% do território brasileiro, e está incluído em boa parte da Região Nordeste nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia, Piauí, além disso é encontrada no norte de Minas Gerais. Seu nome, “Caatinga”, é uma referência a coloração da mata, essa palavra significa “mata branca”, em tupi-guarani.
As temperaturas médias anuais são elevadas, oscilam entre 25° C e 29° C. O clima é semiárido; e o solo, raso e pedregoso, é composto por vários tipos diferentes de rochas. As secas são cíclicas e prolongadas, interferindo de maneira direta na vida de uma população de, aproximadamente, 25 milhões de habitantes. A principal atividade econômica desenvolvida na caatinga é a agropecuária.
As chuvas ocorrem no início do ano e merece destaque o poder de recuperação do bioma é muito rápido, surgem pequenas plantas e as árvores ficam cobertas de folhas. A flora da caatinga são xerófilas, ou seja, adaptadas ao clima seco e à pouca quantidade de água. Algumas armazenam água, outras possuem raízes superficiais para captar o máximo de água da chuva. E há as que contam com recursos pra diminuir a transpiração, como espinhos e poucas folhas. A vegetação é formada por três tipos de árvores: o arbóreo, com árvores de 8 a 12 metros de altura; o arbustivo, com vegetação de 2 a 5 metros; e o herbáceo, abaixo de 2 metros. Entre as espécies mais comuns estão à umburana, o umbuzeiro e o mandacaru. Algumas dessas plantas podem produzir cera, fibra, óleo vegetal e, principalmente, frutas. 
A fauna da caatinga é bem diversificada, composta por répteis (principalmente lagartos e cobras), roedores, insetos, aracnídeos, cachorro-do-mato, arara-azul, (ameaçada de extinção), sapo-cururu, asa-branca, cutia, gambá, preá, veado catingueiro, tatupeba, sagui-do-nordeste, entre outros animais.                        
A conservação da caatinga está intimamente associada ao combate da desertificação, processo de degradação ambiental que ocorre em áreas áridas, semi-áridas e sub-úmidas secas. No Brasil, 62% das áreas susceptíveis à desertificação estão em zonas originalmente ocupadas por caatinga, sendo que muitas já estão bastante alteradas.
Cerca de 27 milhões de pessoas vivem atualmente na área original da caatinga, sendo que 80% de seus ecossistemas originais já foram alterados, principalmente por meio de desmatamentos e queimadas, em um processo de ocupação que começou nos tempos do Brasil colônia. No entanto, a ocupação humana da Caatinga é um problema muito sério, pois a seca faz parte e é característica da paisagem e o homem, após séculos de ocupação, pouco entende sobre como se desenvolve e é frágil esse bioma, aspectos que tornam a vida nele ainda mais difícil.
Sendo que os principais impactos ambientais são a formação de grandes latifúndios para a criação de gado, desmatamentos para formar pastagens e implantar indústrias, exploração irregular de recursos hídricos, de combustíveis fósseis e projetos de irrigação e drenagem executados sem critério, que provocam a salinização do solo ou o assoreamento dos açudes. Além disso, devido ao desmatamento, muitas áreas atingiram um nível de desertificação irreversível que tende a se expandir gradativamente para áreas vizinhas.
A Caatinga é um bioma que é muito utilizado nas músicas de Luiz Gonzaga, já que em suas obras podemos observar aspectos da fauna (asa-branca, carcará, etc), flora (aroeira), além da questão do clima, a falta de chuva e a seca.


Rennan Loureiro

terça-feira, 5 de junho de 2012

Cultura Nordestina


Agora que conhecemos um pouco da vida e obra de Luiz Gonzaga, iremos conhecer parte da grande riqueza cultural do Nordeste, terra natal do Rei do Baião.

Cultura Nordestina

A cultura nordestina é bem diversificada, já que em cada estado há a presença de uma cultura diferente da dos outros. Assim a cultura nordestina pode ser dividida em alguns aspectos: Festas, culinária, artesanato, danças e música, literatura e a variedade lingüística.
·      Festas: Com relação as festas podemos destacar o carnaval, as festas juninas, o bumba meu boi e a lavagem do Bonfim.
Ø O carnaval ocorre especialmente em Salvador, Olinda e Recife, onde milhares de turistas, atraídos pela riqueza cultural e musical, saem pelas ruas cheios de alegria.
Ø As festas juninas são compostas por música caipira, xaxado, baião, onde há apresentação de quadrilhas, comidas típicas, além de muita alegria. Essas festas consistem em uma homenagem a três santos católicos (Santo Antônio, São Pedro e São João), e também a celebração da colheita , sobretudo a de milho, o principal ingrediente do cardápio junino. Ocorre principalmente em Campina Grande – PB e Caruaru – PE.
Ø O bumba-meu-boi é um festejo que apresenta uma dramatização, onde há a participação de um boi feito de uma armação de madeira coberta de pano colorido, a dramatização começa com um homem branco vendo seu boi sendo roubado por um negro, para alimentar sua esposa grávida que deseja comer língua de boi. Ao fim do espetáculo o boi é morto e logo depois ressuscitado. Ocorre principalmente no estado do Maranhão.
Ø A lavagem do Bonfim é uma das maiores festas populares da Bahia realizada numa quinta-feira do mês de janeiro, milhares de romeiros chegam ao Santuário do Senhor do Bonfim, um orixá africano. Nesta festa também há as promessas católicas de lavagens de Igrejas, nas quais os fieis lavam as escadarias da Igreja com água e flores, numa união entre o catolicismo e o candomblé. Além disso os Santos Católicos possuem correspondência com as divindades do candomblé, a exemplo de Oxum, Ogum, Iemanjá, que representam Santo Antônio, São Jorge e Nossa Senhora da Conceição, respectivamente.
·      Culinária: A culinária nordestina é bem diversificada e destaca-se pelos temperos fortes e comidas apimentadas. Alguns pratos típicos são: carne de sol, buchada de bode, sarapatel, acarajé, vatapá, feijão-verde, canjica, tapioca, peixes, frutos do mar, etc. Os frutos também são comuns, como a manga, araçá, graviola, ciriguela, umbu, buriti, cajá e macaíba.
·      Artesanato: Destacam-se as redes tecidas, rendas, crivo, e produtos de couro, cerâmica, madeira, argila, garrafas com imagens produzidas de areia colorida, objetos feitos a partir da fibra do buriti, etc. 
·      Danças e música: O estilo musical predominante é o Forró. No forró há vários ritmos musicais da região, como baião, a quadrilha, o xaxado, que tem influências holandesas e o xote, que veio de Portugal. As músicas são tocadas, tradicionalmente, por trios, compostos de um sanfoneiro, um zabumbeiro e um tocador de triângulo. Além do forró, temos o Frevo, que embora esteja praticamente em todo Nordeste, é em Pernambuco que o frevo adquire expressão mais significativa. É uma dança individual que não distingue sexo, faixa etária, nível sócio-econômico. O frevo frequenta ruas e salões no carnaval pernambucano, arrastando multidões num delírio contagiante. As composições musicais são a alma da coreografia variada, complexa, acrobática. Temos também o Coco, difundido por todo o Nordeste, é dança de roda ou de fileiras mistas, de conjunto, de par ou de solo individual. Há uma linha melódica cantada em solo pelo “tirador”, com refrão respondido pelos dançarinos. Um vigoroso sapateado denominado “tropé” produz um ritmo que se ajusta àquele executado nos instrumentos musicais. 
·      Literatura: O principal aspecto da literatura nordestina é a Literatura de Cordel. O cordel tem rimas e ritmo, e é originado em relatos orais, onde posteriormente são impressos. Alguns poemas são ilustrados com xilogravuras, também usadas nas capas. As estrofes mais comuns são as de dez, oito ou seis versos.Os cordelistas recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de viola, como também fazem leituras ou declamações muito empolgadas e animadas para conquistar os possíveis compradores.

·      Variedade Linguistica: Na região nordeste percebemos a variedade lingüística, especialmente o regionalismo. Palavras como: “oxente”, “cangote”, “suvaco”, “canela”, são alguns exemplos. Abaixo podemos verificar algumas palavras utilizadas pelo nordestino:

Rennan Loureiro e Lucas Daniel

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Análise de "A Triste Partida"


Luiz Gonzaga apesar de sua fama mundial, não deixou de aclamar sua terra natal, Exu, mas precisamente no povoado do Araripe. Está localizado no Sertão do Ceará, lugar que enfrenta constante seca.É através de suas canções que ele mostra o que sofreu e a luta de seus conterrâneos, um exemplo é “A Triste Partida”, considerada também um cordel autobiográfico.
Nas primeiras estrofes ele fala da falta de chuva e suas consequências: “Meu Deus/Assim fala o pobre/Do seco Nordeste/Com medo da peste/Da fome feroz”. Nesse trecho vê-se a súplica do eu lírico a Deus.A partir de agora se vê as crenças nordestinas: “A treze do mês/Ele fez experiência/Perdeu sua crença/Nas pedras de sal”. Esse trecho retrata o ritual que é feito no dia 13/12, Dia de Santa Luzia, onde os nordestinos colocam seis pedras de sal ao relento, representando os meses de Janeiro à Junho, e as que derreteram, serão os meses que irão chover.
Mas no verão daquele ano não choveu. “Porém barra não veio/O Sol bem vermeio/ Nasceu muito além”. Invés da chuva, o nascer do sol, que de tão quente era vermelho. Também se percebe a variedade linguística (“vermeio”), que pode ser encontrada ao longo da música.   Nas estrofes seguintes é possível ver o folclore do povo nordestino: “Na copa da mata/Buzina a cigarra”, os nordestinos dizem que quando a cigarra canta é sinal de chuva.
   O eu lírico continua a representar as crendices nordestinas: “Apela pra Março/ Que é o mês preferido/ Do Santo querido/ Sinhô São José.” Isto se fere ao dia 19/03, pois se chover não terá estiagem e a colheita será próspera. Mas a chuva não vem e ele diz: “Lhe foge do peito/o resto da fé”.
   É então que o autor faz o anúncio de que a solução é ir embora, o êxodo rural. ”Eu vendo meu burro/Meu jegue e o cavalo/ Nóis vamos a São Paulo.” Vão embora em busca de dias melhores, assim como fez Luiz Gonzaga, mas em circunstâncias diferentes.No trecho “A seca terrívi/Que tudo devora/Ai, lhe bota pra fora/Da terra natal”, é algo que acontece frequentemente. O desfecho se dá com a família “presa” naquele estado, sem poder voltar, pois estão em divida: “Mas nunca ele pode/Só vive devendo/E assim vai sofrendo/É sofrer sem parar.”


Gisela Guerra

A Triste Partida

O principal aspecto das músicas Luiz Gonzaga é a retratação das características da Caatinga, e também do sofrimento do nordestino pela falta de chuva. Uma de suas obras que retrata bem isso é "A triste Partida".

A triste Partida – Luiz Gonzaga


Meu Deus, meu Deus
Setembro passou
Outubro e Novembro
Já tamo em Dezembro
Meu Deus, que é de nós,
Meu Deus, meu Deus
Assim fala o pobre
Do seco Nordeste
Com medo da peste
Da fome feroz
Ai, ai, ai, ai
A treze do mês
Ele fez experiênça
Perdeu sua crença
Nas pedras de sal,
Meu Deus, meu Deus
Mas noutra esperança
Com gosto se agarra
Pensando na barra
Do alegre Natal
Ai, ai, ai, ai
Rompeu-se o Natal
Porém barra não veio
O sol bem vermeio
Nasceu muito além
Meu Deus, meu Deus
Na copa da mata
Buzina a cigarra
Ninguém vê a barra
Pois barra não tem
Ai, ai, ai, ai
Sem chuva na terra
Descamba Janeiro,
Depois fevereiro
E o mesmo verão
Meu Deus, meu Deus
Entonce o nortista
Pensando consigo
Diz: "isso é castigo
não chove mais não"
Ai, ai, ai, ai
Apela pra Março
Que é o mês preferido
Do santo querido
Sinhô São José
Meu Deus, meu Deus
Mas nada de chuva
Tá tudo sem jeito
Lhe foge do peito
O resto da fé
Ai, ai, ai, ai
Agora pensando
Ele segue outra tria
Chamando a famia
Começa a dizer
Meu Deus, meu Deus
Eu vendo meu burro
Meu jegue e o cavalo
Nóis vamo a São Paulo
Viver ou morrer
Ai, ai, ai, ai
Nóis vamo a São Paulo
Que a coisa tá feia
Por terras alheia
Nós vamos vagar
Meu Deus, meu Deus
Se o nosso destino
Não for tão mesquinho
Ai pro mesmo cantinho
Nós torna a voltar
Ai, ai, ai, ai
E vende seu burro
Jumento e o cavalo
Inté mesmo o galo
Venderam também
Meu Deus, meu Deus
Pois logo aparece
Feliz fazendeiro
Por pouco dinheiro
Lhe compra o que tem
Ai, ai, ai, ai
Em um caminhão
Ele joga a famia
Chegou o triste dia
Já vai viajar
Meu Deus, meu Deus
A seca terrívi
Que tudo devora
Ai,lhe bota pra fora
Da terra natal
Ai, ai, ai, ai
O carro já corre
No topo da serra
Oiando pra terra
Seu berço, seu lar
Meu Deus, meu Deus
Aquele nortista
Partido de pena
De longe acena
Adeus meu lugar
Ai, ai, ai, ai
No dia seguinte
Já tudo enfadado
E o carro embalado
Veloz a correr
Meu Deus, meu Deus
Tão triste, coitado
Falando saudoso
Com seu filho choroso
Iscrama a dizer
Ai, ai, ai, ai
De pena e saudade
Papai sei que morro
Meu pobre cachorro
Quem dá de comer?
Meu Deus, meu Deus
Já outro pergunta
Mãezinha, e meu gato?
Com fome, sem trato
Mimi vai morrer
Ai, ai, ai, ai
E a linda pequena
Tremendo de medo
"Mamãe, meus brinquedo
Meu pé de fulô?"
Meu Deus, meu Deus
Meu pé de roseira
Coitado, ele seca
E minha boneca
Também lá ficou
Ai, ai, ai, ai
E assim vão deixando
Com choro e gemido
Do berço querido
Céu lindo e azul
Meu Deus, meu Deus
O pai, pesaroso
Nos fio pensando
E o carro rodando
Na estrada do Sul
Ai, ai, ai, ai
Chegaram em São Paulo
Sem cobre quebrado
E o pobre acanhado
Percura um patrão
Meu Deus, meu Deus
Só vê cara estranha
De estranha gente
Tudo é diferente
Do caro torrão
Ai, ai, ai, ai
Trabaia dois ano,
Três ano e mais ano
E sempre nos prano
De um dia vortar
Meu Deus, meu Deus
Mas nunca ele pode
Só vive devendo
E assim vai sofrendo
É sofrer sem parar
Ai, ai, ai, ai
Se arguma notíça
Das banda do norte
Tem ele por sorte
O gosto de ouvir
Meu Deus, meu Deus
Lhe bate no peito
Saudade de móio
E as água nos óio
Começa a cair
Ai, ai, ai, ai
Do mundo afastado
Ali vive preso
Sofrendo desprezo
Devendo ao patrão
Meu Deus, meu Deus
O tempo rolando
Vai dia e vem dia
E aquela famia
Não vorta mais não
Ai, ai, ai, ai
Distante da terra
Tão seca mas boa
Exposto à garoa
A lama e o paú
Meu Deus, meu Deus
Faz pena o nortista
Tão forte, tão bravo
Viver como escravo
No Norte e no Sul
Ai, ai, ai, ai




sexta-feira, 1 de junho de 2012

Biografia de Luiz Gonzaga


Para nossa primeira postagem, publicaremos a Biografia de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião.


Biografia de Luiz Gonzaga:
Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de dezembro de 1912, na Fazenda Caiçara, na cidade de Exu, filho de Januário José dos Santos e Ana Batista de Jesus (Mãe Santana). Desde sua infância o pequeno Gonzaga namorava o fole de oito baixos, instrumento este, executado por “Pai Januário” no qual começou seus primeiros acordes.
 “Luiz de Januário” como era conhecido na infância, aos 8 anos de idade substituiu um sanfoneiro que teve alguns problemas ao se apresentar na festa tradicional no terreiro de Miguelzinho na Fazendo Caiçara, no Araripe, Exu. Luiz Gonzaga tocava radiante porque era a primeira noite que se apresentou com a permissão de “Mãe Santana”. Naquela noite ele recebeu pela primeira vez o cachê de 120$000 rés.
Em 1915 nasce no Iguatu, Ceará, Humberto Cavalcanti Teixeira que mais tarde se tornaria parceiro de Luiz Gonzaga. Em fevereiro de 1921 nasce em Carnaúba, distrito de Pajeú das Flores, José de Sousa Datas Filho que posteriormente se torna parceiro de Gonzaga. Em 1926 nasce em Gravatá, Pernambuco, Helena das Neves Cavalcanti, futura esposa de Luiz Gonzaga. Antes de Luiz completar 16 anos ele era conhecido no Araripe e em toda redondeza. Aos 17 anos o filho de Januário apaixonado por Nazarena, filha de um Alencar. O padrasto da jovem, o senhor Raimundo Deolindo, resolve impedir o namoro. Luiz Gonzaga magoado com a situação resolve encará-lo. Por causa da sua amada, Gonzaga levou uma surra de Dona Santana, por causa do seu atrevimento com o senhor Raimundo, fugindo de casa em 1930.
Caminhando a pé cerca de 65 km de Exu ao Crato, chegando lá Luiz Gonzaga vende sua sanfona por 80:000 rés. Em julho de 1930, quando chega a Fortaleza e alista-se no 23º Batalhão de Caçadores do Exército, servindo no Rio Grande no Sul, Minas Gerais, Paraíba, Pará, Ceará, Piauí, Belo Horizonte, Campo Grande e no Rio de Janeiro. O soldado de nº 122, ganha fama no Exército e um apelido: “Bico de Aço”, por ser um excelente corneteiro. Deu baixa no Exército em Minas Gerais, o dia 27 de março de 1939e viajou para o Rio de Janeiro, em seguida para Exu. Então, começou a ganhar a vida tocando no Mangue, comprando sua primeira sanfona branca em São Paulo, desde então, só usa sanfona branca até o final de sua vida.
Em 1940 Gonzaga conhece o guitarrista português, Xavier Pinheiros, e forma dupla tocando no Mangue e nas casas noturnas (cabarés), do Rio de Janeiro. Gonzaga recebe um convite de Genésio Arruda, para acompanhá-lo numa gravação na RCA Victor. Logo em seguida é chamado para gravar um disco solo: grava dois, e nos cinco anos seguintes, Luiz Gonzaga grava cerca de 30 discos. A partir de 1941, Luiz Gonzaga já tinha o titulo de MAIOR SANFONEIRO NORDESTINO.
Em 1942 Luiz Gonzaga começa a fazer sucesso nas emissoras de rádios, no ano de 1944 ele foi despedido da Rádio Tamoio e, logo em seguida foi contratado pela Rádio Nacional. Recebe neste ano o apelido de “Lua”. Em 1945 Luiz Gonzaga conhece o seu futuro grande parceiro, Humberto Cavalcanti Teixeira. Gonzaga gravou seu primeiro disco em voz.
No dia 22 de setembro de 1945 nasceu Luiz Gonzaga do Nascimento Junior, o Gonzaguinha, fruto do amor de Luiz Gonzaga com Odaléia Guedes dos Santos, cantora e bailarina profissional do coro de Ataulfo Alves. Sua convivência com Odaléia durou 5 anos, sua esposa faleceu de tuberculose em 1952, quando Gonzaguinha tinha 7anos. Em 1946 com Humberto Teixeira, Luiz Gonzaga compõe e grava a primeira de uma série de 18 parcerias: NO MEU PÉ DE SERRA. O sucesso de Gonzaga com esta música começa a ser enorme e ao mesmo tempo seu nome começa a correr pelo mundo: Europa, EUA, Japão, etc. Neste mesmo ano Luiz Gonzaga resolve rever a família, e chega a casa pela madrugada. Luiz Gonzaga com Humberto Teixeira compõe a musica RESPEITA JANUÁRIO, em homenagem àquele homem que foi responsável inclinação do “negrinho fiota” para a música. Em 1947 no mês de março, Gonzaga gravou a musica ASA BRANCA, que foi inicialmente refutada pelo diretor. A música ASA BRANCA começou a receber diferentes interpretações e gravações em vários países.
No dia 16 de junho de 1948 Luiz Gonzaga casa-se com a cantora Helena das Neves Cavalcanti, no dia 05 de abril de 1949, Luiz Gonzaga soube a caminho, que no dia anterior tinha começado em Exu um conflito político entre as famílias Alencar, Sampaio e Saraiva.
Em 1949 Gonzaga conhece em Recife o médico José Dantas de Sousa Filho. Com o novo parceiro, ele grava no dia 27 de outubro, o baião VEM MORENA e o FORRÓ DE MANÉ VITO. E o Brasil se deliciava com a boa música do “negrinho fiota”, que saiu lá das bandas do Exu para conquistar o coração dos brasileiros.
Em 1950 Lua recebeu dos paulistas o titulo de “REI DO BAIÃO”. Neste mesmo ano grava a toada ASSUM PRETOe os baiões QUI NEM JILÓ e  PARAÍBA, Gonzaga neste período está no auge de sua carreira. A música PARAÍBA foi gravada por uma cantora japonesa Keiko Ikuta. No ano de 1952 Luiz Gonzaga tentou projetar para todo Brasil, nos festejos juninos o talento musical da família através das rádios Tupi e Tamoio tendo como atração, OS SETES GONZAGAS: Seu Januário, Luiz Gonzaga, Severino Januário, José Januário, Chiquinha Gonzaga, Socorro e Aloísio. Em 1952 grava o ABC DO SERTÃO, VOVEZ DA SECA e a VIDA DO VIAJANTE. Neste mesmo ano Luiz Gonzaga assume plenamente sua identidade nordestina, começando a usar o gibão de couro. O Reio do Baião não parava, andava por todo o País catando e decantando o Nordeste. No dia 11 de junho de 1960, Dona Santana, falecia no Rio de Janeiro com a doença de chagas. A partir deste ano Luiz Gonzaga começa a ser esquecido e faz um desabafo a Dominguinhos. Em 1961 Gonzaguinha estava com 16 anos, e passou a morar com o seu pai. Luiz Gonzaga entra para a maçonaria e compõe com Lourival Passos a música ALVORADA DA PAZ, em homenagem a Jânio Quadros.
Em 1963, o rei do baião gravou A MORTE DO VAQUEIRO, no ano seguinte grava a música A TRISTE PARTIDA e faz uma homenagem a sanfona branca roubada, com a música SANFONA DO POVO. Em 1966 Sinval Sá, lança um livro O SANFONEIRO DO RIACHO DA BRÍGIDA, VIDA E ANDANÇAS DE LUIZ GONZAGA- REI DO BAIÃO, pela edição A FORTALEZA. No ano de 1968, o compositor e versionista Carlos Imperial espalharam no Rio de Janeiro que THE BEATLES acabara de gravar a música ASA BRANCA, mas não passou de uma brincadeira. Em 1972 Luiz Gonzaga recebeu o titulo de “IMORTAL DA MÚSICA BRASILEIRA”, pela TV TUPÍ do Rio de Janeiro. No dia 24 de março desse mesmo ano Luiz Gonzaga fez uma apresentação no Teatro Carioca Tereza Raquel com o título: “LUIZ GONZAGA VOLTA PRA CURTIR”, realizando-se assim, sua volta triunfal. Naquela noite Luiz Gonzaga fez uma síntese falando de toda a sua carreira musical e relato sua estima pelo estado do Ceará.
Em 1981 o rei do baião recebeu os dois únicos discos de ouro de toda a sua carreira. No próximo ano Luiz Gonzaga vai tocar em Paris, ficando por lá cerca de dez dias, conhecendo vários pontos importantes. Em 1985 é agraciado com o troféu NIPPER DE OURO, uma homenagem internacional da RCA a um artista dela. Gonzagão foi ladeado por Alceu Valença, Fafá de Belém, Morais Moreira e Armandinho, entre outros artistas brasileiros que integraram o “Couleurs Brésil”.
O Rei do Baião desde pequeno trazia em seus lábios um sorriso sincero e, sempre quando podia, gostava de brincar com os outros. Gonzagão conheceu e tocou em todos os municípios brasileiros com mais de 400 habitantes, inclusive, tocou em Sobral-CE quatro vezes. Tocou pela ultima vez nesta cidade, no dia 28 de novembro de 1987.
A última entrevista de Luiz Gonzaga concedida à imprensa foi no dia 02 de junho de 1989. Recife foi o local escolhido por Gonzaga para passar seus últimos momentos de vida. Seu último show foi no dia 06 de junho de 1989 no Teatro Guararapes do Cetro de Convenções de Recife, onde recebeu homenagens de vários artistas do país.
“Quero ser lembrando como o sanfoneiro que amou e cantou muito seu povo, o sertão; que catou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os valentes, os covardes, o amor. Este sanfoneiro viveu feliz por ver o seu nome reconhecido por outros poetas, como Gonzaguinha, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Alceu Valença. Quero ser lembrado como o sanfoneiro que cantou muito o seu povo, que foi 6honesto, que criou fil6hos, que amou a vida, deixando um exemplo de trabal6ho, de paz e amor.
 Quero ser lembrando como o sanfoneiro que amou e cantou muito seu povo, o sertão; que catou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os valentes, os covardes, o amor. Gostaria que lembrasse que eu sou filho de Januário e dona Santana. Gostaria que lembrassem muito de mm; que esse sanfoneiro amou muito seu povo, o Sertão. Decantou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes. Decantou os valentes, os covardes e também o amor. (...) Muito obrigado.”
Na quarta-feira, 21 de junho de 1989, às 10:00 h, o velho Lua foi levado as pressas ao Hospital Santa Joana: “VOCÊS NÃO ME LEVEM A MAL, SINTO MUITAS DORES E GOSTO DE ABOIAR QUANDO DEVERIA GEMER.” E o Brasil todo ficava cada vez mais preocupado com o estado de saúde de seu maior defensor. Luiz Gonzaga não resistiu, o Brasil e o mundo ficaramenlutados com o seu último suspiro. Asa Branca da Paz voava para a eternidade deixando um grande exemplo de vida a ser seguido.
O Rei do Baião faleceu o dia 02 de agosto de 1989, às 05h15min min da manhã no Hospital Santa Joana, em Recife. Foi na Veneza Brasileira que Luiz Gonzaga dava seu último suspiro. Seu corpo foi velado na Assembleia Legislativa de Recife nos dias 02 e 03 às 09h45 min da manhã, foi velado também em Juazeiro do Norte, na Igreja Nossa Sen6hora do Perpétuo Socorro às 17h, local onde repousa os restos mortais de Pe. Cícero Romão, apesar de o corpo do Rei ter chegado ao aeroporto de Juazeiro Norte às 15h20minmin do dia 03 de agosto.
O corpo do Rei do Baião chegou a sua terra natal, sua querida Exu no dia 03 a noite. Foi velado na Igreja Matriz de Exu, durante a noite do dia 03 e todo o dia 04, saindo para o sepultamento no Cemitério São Raimundo às 15h45minmin.O corpo de Luiz Gonzaga foi levado no carro corpo de bombeiros, passando por diversas ruas da cidade rumo ao Cemitério São Raimundo, local onde aconteceram as últimas manifestações de carinho, àquele que só foi alegria. O caixão desceu a sepultura depois que Gonzaguinha, Dominguinhos, Alcimar Monteiro e mais de 20 mil pessoas cantarem a música ASA BRANCA às 16h50min. O filho Gonzaguinha depois de ter passado 15 dias em Exu falando aos amigos sobre a preservação do Parque Asa Branca, veio a falecer subitamente por ocasião de um acidente automobilístico na manhã do dia 29 de abril de 1991, morrendo no mesmo dia.
Em 1994 o cordelista Pedro Bandeira lança uma 2ª edição ampliada do livro LUIZ GONZAGA, NA LITERATURA DE CORDEL. Em 1997 a Francesa Dominique Dreyfus lança o livro VIDA DO VIAJANTE: A SAGA DE LUIZ GONZAGA. Ainda em 1997 o professor Uéliton Mendes da Silva lança o livro LUIZ GONZAGA, DISCOGRAFIA DO REI DO BAIÃO. No ano 2000 a professora Sulamita Vieira, lança o livro SERTÃO EM MOVIMENTO – a dinâmica da produção cultural fruto de sua tese de doutorado.

Amanda Canuto e Marília Macêdo.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Projeto


Panorama Jovem
Disciplinas:  Análise Linguística
                     Literatura
                     Produção Textual
Professores-Orientadores: Conceição Ferreira
                                             Wanda Patrícia
                                             Augusto Lima
Ano: 1º Ano do Ensino Médio
Turma: Branco
Turno:Manhã
Alunos: Amanda Canuto
Gisela Guerra 
Jade Siqueira
Lucas Daniel
Marília Macêdo
Rennan Loureiro


Cantando e Contando Luiz Gonzaga





Campina Grande
2012



Objetivo Geral

– Promover a valorização da cultura nordestina, através de pesquisas e produções, tendo como base teórica o Centenário de Luiz Gonzaga.

Objetivos Específicos:
– Analisar a biografia de Luiz Gonzaga, abordando sua vida e obras;
– Mostrar a música típica da região do nordeste;
– Observar como o nordeste é representado para o resto do país através das músicas de Luíz Gonzaga;
– Identificar os principais aspectos da cultura nordestina;
– Compreender como algumas músicas de Luiz Gonzaga são utilizadas em vestibulares;
– Criar um blog para auxiliar no entendimento da cultura nordestina, especialmente através das músicas de Luiz Gonzaga;

Metodologia:
- Primeiramente foram separados os grupos e logo após divididos os temas. Foram solicitadas pesquisas com a temática Luiz Gonzaga e a Cultura Nordestina para a elaboração do projeto em sala. O projeto será desenvolvido interdisciplinarmente, envolvendo as matérias Literatura, Produção Textual e Análise Linguística, com os professores Wanda Patrícia, Augusto Lima e Conceição, respectivamente.A apresentação será em forma de peça com o auxílio de um blog. Este blog conterá textos informativos sobre o tema e uma música do Rei do Baião.

Justificativa:
Os estados que compõem o nordeste são: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Esse complexo regional apresenta grande diversidade cultural, composta por manifestações diversificadas. Onde podemos destacar as danças, festas, culinárias, variedade linguística, músicas e artistas consagrados.
Um destes é Luiz Gonzaga, intitulado como o Rei do Baião, que nasceu em Exu, no interior do Ceará. Com base em sua infância difícil e sua luta contra a seca nordestina, compôs canções que despertou a atenção do Brasil e do Mundo.
Portanto, devemos verificar a influência de Luiz Gonzaga, assim como a sua importância na dispersão da cultura nordestina, principalmente no ano de seu centenário.